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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Filmes: "O Segredo do Abismo"

DE TIRAR O FÔLEGO

Edição Especial traz nova versão com as cenas que haviam sido deixadas de fora, inclusive o grande clímax apocalíptico.

- por André Lux, crítico-spam

Bem antes de "Titanic" e "Avatar", em 1989 o diretor James Cameron realizou um filme que dividiu a opinião de críticos e espectadores. 

Enquanto alguns, como eu, adoraram o clima tenso constante e as cenas de ação palpitante, outros o desprezaram pelas idéias aproveitadas de outras produções e, principalmente, por causa da falta de uma conclusão mais impactante e melhor resolvida.

Apesar de ter naufragado nas bilheterias, O SEGREDO DO ABISMO serviu pelo menos como um "divisor de águas" para o cinema de ficção científica.

Primeiro por trazer efeitos especiais nunca vistos nas telas, que exigiram a criação do programa "Morph" capaz de gerar com resultados surpreendentes imagens que se alongam, se distorcem e se transformam (recurso que foi levado à perfeição pelo próprio Cameron em "O Exterminador do Futuro 2" e hoje em dia já virou obrigatório até nas fitas mais banais).

E segundo por ter levado para o fundo do mar situações que até então só haviam sido exploradas em filmes situados no espaço sideral, o que acabou dando à trama um toque bastante palpável. Além de que o tratamento carinhoso e humano dado por Cameron (também autor do roteiro) aos personagens e às situações está longe dos clichés dos filmes de aventura e ficção.

O elenco também é excelente, com destaque para as atuações despojadas e apaixonadas de Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio. Muito boa também é a trilha musical de Alan Silvestri ( de "Predador" e colaborador habitual de Robert Zemeckis), principalmente na parte final, fazendo bom uso de coral de vozes naqueles arranjos capazes de arrepiar até o último fio de cabelo.


O compositor Alan Silvestri
Entretanto, o que muita gente não sabe é que a versão de O SEGREDO DO ABISMO lançada nos cinemas ficou muito longe da idealizada pelos seus realizadores. 

O fato é que durante as filmagens, quase todas feitas dentro do reator de uma antiga usina abandonada que foi inundado, ocorreram todos os tipos de atrasos e acidentes (um deles quase provocou a morte do ator Ed Harris) levando atores e equipe técnica à beira de um ataque de nervos. 

Para piorar tudo, simplesmente não havia tecnologia adequada na época para produzir os efeitos especiais exigidos na conclusão. Esgotado e vencido, James Cameron foi obrigado a tomar decisões drásticas: reduziu a metragem em cerca de 30 minutos, eliminando do filme justamente a sub-trama que daria gancho para o final apoteótico. 

Ficaram na sala de montagem então todas as sequências que mostravam o início de um processo de conflito entre várias nações (uma delas a extinta União Soviética, que deixa o filme com aquele ar de "datado"), que fatalmente deflagaria a 3ª Guerra Mundial. Era aí que entraria a mensagem anti-belicista do filme, representada pela interferência de uma "força maior" nos destinos da primitiva e beligerante humanidade.

Esse era o verdadeiro SEGREDO DO ABISMO que ninguém ficou conhecendo e que acaba justificando o fracasso do filme nos cinemas e a reclamação por um final mais coerente e impactante.

Só que agora, graças à nova tecnologia digital disponível, finalmente podemos ter acesso à versão integral do filme de Cameron. Lançada em DVD, a Edição Especial de O SEGREDO DO ABISMO traz, além da versão normal dos cinemas, a nova cópia com todas as cenas que haviam sido deixadas de fora, inclusive o grande clímax apocalíptico.
Cena da "grande onda" que ficou fora da versão original
Mas foi uma tarefa árdua, pois muitas das cenas inéditas não haviam sido masterizadas e já não possuíam trilha sonora com os diálogo ou efeitos sonoros, o que obrigou Cameron a reunir vários integrantes do elenco para regravar suas falas. 

Além disso, as cenas finais da "grande onda" tiveram que ser completadas e finalizadas pela Industrial Light and Magic com tecnologia moderna não existente na época da produção. Todos esse detalhes poderão ser conferidos no excepcional documentário contido no DVD "Under Pressure: The Making Of THE ABYSS", com mais de uma hora de duração.

O resultado dessa verdadeiro trabalho de "arqueologia cinematográfica" é impressionante. O que você assite na tela é simplesmente outro filme. Não melhor ou pior que o original, mas totalmente diferente. Muito mais rico e profundo (e também pretensioso).
Ed Harry descobre o segredo do abismo
A verdade é que se tivesse sido exibido nos cinemas como havia sido originalmente concebido, dificilmente teria fracassado. Afinal, todos nós - tendo ou não gostado da versão original - sentimos uma ponta de decepção por não termos verdadeiramente desvendado O SEGREDO DO ABISMO.

E agora, será que você tem fôlego para mergulhar nessa aventura de novo?

Cotação: ****

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Filmes: "Blue Jasmine"

TRISTE DECADÊNCIA

Infelizmente, aos 78 anos de idade, Woody Allen insiste em fazer um filme por ano, mesmo sem ter qualquer inspiração

- por André Lux, crítico-spam

Vou ser bem sincero: alguns filmes do Woody Allen foram muito importantes na época em que eu comecei a descobrir a importância do auto-conhecimento e da análise psicológica, principalmente “Hanna e Suas Irmãs”, "Manhattan" e “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”. Até alguns daquela fase pesada dele, em que tentava emular Bergman, me estimularam.

Claro que, depois que a gente passa essa fase do descobrimento e se aprofunda mais nos assuntos, percebe-se que Allen emprega uma psicologia superficial em seus filmes, mas que mesmo assim ainda sobrevivem a uma revisão, principalmente pelo bom humor auto-depreciativo e pelos diálogos rápidos e afiados.

Mas, verdade seja dita, de uns anos para cá, nosso querido Woody não tem mais nada a dizer e fica se repetindo ad nauseun ou então tentando fazer críticas sociais que são de dar pena, de tão canhestras. Dos últimos 10 filmes dele que assisti, o único minimamente memorável foi “Vicky Cristina Barcelona”, muito mais devido às quentes cenas de lesbianismo e ménage a trois entre os protagonistas do que por outra qualidade.

Esse novo dele, “Blue Jasmine”, chega a ser doloroso de assistir. Gira em torno de um ex-dondoca (Cate Blanchett) que perdeu tudo, depois que o marido foi preso por fraudar a Receita, e é obrigada a ir morar com a irmã de classe média baixa. É realmente duro de engolir a pobreza das caracterizações criadas por Allen, todas rasas como uma poça de água e baseadas nos piores estereótipos (ricos são elegantes, finos e cultos, enquanto os pobres são feios, toscos e imbecis).

Com a exceção de Blanchett, que se esforça em dar alguma vida a uma personagem tola, vazia e já à beira da loucura (passa boa parte da projeção falando sozinha no meio da rua), o resto do elenco é pavoroso, principalmente a irmã da protagonista. Alguns críticos chegaram a ver no filme uma "homenagem" ao clássico "Um Bonde Chamado Desejo", de Tennessee William, que foi adaptado para o cinema como "Uma Rua Chamada Pecado" e estrelado pelo genial Marlon Brando. 

Esse é o novo Brando? Sério?
Mas só pode ser brincadeira. Primeiro porque, tirando uma ou outra semelhança, "Blue Jasmine" nada tem a ver com a peça. Não chega nem a insinuar a formação de um triângulo amoroso! E, segundo, porque comparar Brando com o ridículo ator que interpreta o "machão tosco" no filme de Allen é uma piada de mau gosto. Está muito mais para o Joey Tribiani, de "Friends", e olhe lá!

O que dizer do roteiro, escrito pelo próprio Allen? Além de ser chato e repleto de flashbacks inúteis, é ainda cheio de furos e incoerências. Como é que alguém pode fazer uma denúncia ao FBI capaz de levar uma pessoa à cadeia se o filme fez até então um grande esforço para mostrar que ela nada sabia das operações ilegais em questão? E desde quando um machão do tipo "mecânico mulherengo com gumex no cabelo" tem crises de choro e dá piti em público por causa de um simples pé na bunda? E o namorado novo da Jasmine, que acha que ela é uma rica decoradora de interiores e até a pede em casamento sem nem saber onde ela mora? E até parece que uma mulher daquelas, que nem é tão velha e até antes de casar estudava em uma grande universidade, não saberia sequer ligar um computador!

Se o filme ao menos fosse engraçado ou dramático tudo estaria perdoado. Mas que nada. É um porre só, mal feito, repleto de papo furado e pobre em conteúdo. Parece que Allen tentou fazer algum tipo de crítica ou leitura do momento de crise atual que vivem os EUA, onde os pobres e a classe média (como sempre) estão pagando o pato pela orgia neoliberal que tomou conta do país e levou o sistema à ruína. Mas, sinceramente, nem isso fica registrado. É tudo tão canhestro e tolo que não dá nem para analisar o filme por esse prisma.

Enfim, é triste observar a decadência de alguém que foi um dia um grande cineasta, cheio de ideias e com muito a dizer. Infelizmente, aos 78 anos de idade, Allen insiste em fazer um filme por ano, mesmo sem ter qualquer inspiração. Melhor seria dar um tempo e esperar pelas ideias refrescarem um pouco...

Cotação: *

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A depressão é doença e precisa ser tratada como tal



Depressão é uma doença terrível, angustiante e até fatal. Tive isso ano passado e por pouco não me suicidei. Muito pouco mesmo. A gente fica completamente dominado pela doença. 

É como se uma outra pessoa tomasse conta do seu cérebro e plantasse pensamentos alienígenas dentro dele que, depois que você se cura, custa a acreditar que foi possível pensar tais coisas.

O mais difícil quando se está com essa doença, é o fato de que a maioria das pessoas próximas não entende o que você está passando e, via de regra, fala besteiras como as mostradas na charge acima - sempre com a melhor das intenções, diga-se de passagem -, mas que só ajudam a piorar o quadro.

A depressão acaba também com a vida sexual da vítima. Quantos casamentos foram desfeitos por causa desse doença, sem que o casal soubesse disso?

Leiam com atenção o texto abaixo e repassem, pois vocês podem conhecer gente neste estado que necessita de cuidados médicos urgentes.

SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células.




A cultura popular associa depressão como um estado de humor da pessoa e que ela pode se curar sozinha. Isso faz com que as pessoas não encarem a depressão como uma doença e não procurem ajuda médica.

Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas, etc. 

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. 

O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos, e desaparece o interesse pelas atividades, que antes davam satisfação e prazer.

A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves.

Causas
Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro. 

Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de medicamentos (ex: as anfetaminas).

Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas principalmente no período fértil.

Sintomas
Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:

1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional);

2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva  praticamente diárias);

3) problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias);

4) fadiga ou perda de energia constante;

5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade);

6) dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se);

7) ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte);

8) baixa autoestima;

9) alteração da libido.

Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.

Diagnóstico
O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.

Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial.

Tratamento
Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.

Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às vezes, por toda a vida, para evitar recaídas.

Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessário.

Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante para reverter o quadro de depressão.

 Recomendações
* Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça nem de irresponsabilidade. Se você anda desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez;

* Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos;

* A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém, está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.

Mais informações neste link.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Filmes: "O Hobbit: A Desolação de Smaug"

DRAGÃO DEMAIS

Parte final esticada e excessiva estraga o segundo capítulo dessa equivocada trilogia do diretor Peter Jackson

- por André Lux, crítico-spam

“O Hobbit: A Desolação de Smaug” é realmente melhor do que a primeira parte "Uma Jornada Inesperada" que, além de ser esticada além da conta, contava com uma trama muito simplista e repetitiva. 

O filme é bem mais dinâmico e a história é mais interessante. Felizmente também há menos cenas de ação e, com exceção da longa fuga nos barris (que não chega a irritar), o roteiro fica mais focados nos personagens e seus relacionamentos.

A cena com as aranhas é boa, Bilbo está menos irritante, os elfos da florestas são interessantes, Gandalf não aparece toda hora para salvar os heróis e, finalmente, usa seus poderes de mago da maneira que todos gostariam de ver. 

Sem dizer que a belíssima Evangeline Lily, com a elfa Tauriel (personagem inventado para o filme), é um colírio para os olhos - embora o triângulo amoroso que criaram entre ela, Legolas (Orlando Bloom que tomou um banho de photoshop vergonhoso para parecer mais novo) e um dos anões (que nada tem a ver com um anão) é risível.

Mas é na parte final, quando o dragão Smaug é finalmente revelado, que o longa sai dos trilhos e praticamente estraga o que havia de bom antes. A conversa entre a criatura e Bilbo é bacana, assustadora até, porém, como o diretor Peter Jackson colocou na cabeça que tinha que fazer uma nova trilogia baseada na obra de Tolkien com cada filme com quase três horas de duração, tudo é esticado e, no final quando aparecem os anões, vira uma longa e tediosa cena de perseguição, cheia de impossibilidades e besteiras que, além de dar dor de cabeça, ainda diminui o personagem do dragão ao ponto de torná-lo tolo.

É aquela velha máxima sobre monstros: quanto menos você mostra, mais assustador fica. É só a gente lembrar da sequência com o Balrog, em "A Sociedade do Anel", que é sensacional - ainda mais se a gente pensar que mal vê a criatura.

Confesso que lembro bem pouco do livro "O Hobbit", mas algumas coisas parecem bem confusas nessa versão super esticada e cheia de invenções de Jackson. Como a aparição de Sauron no meio do filme e a prisão de Gandalf que é uma tolice enorme e fica ainda mais estranho quando a gente compara com o começo da trilogia "O Senhor dos Anéis", com o mago lá todo tranquilão chegando na vila dos hobbits e só ficando preocupado com o possível retorno de Sauron depois que descobre que o anel é o Um Anel.

Colírio: Evangeline Lily com a elfa Tauriel
A verdade é que desde que foi anunciada como uma trilogia, nos moldes do sucesso de "O Senhor dos Anéis", já era óbvio que a adaptação de "O Hobbit" para os cinemas não daria certo. 

Primeiro, porque o livro tem apenas 300 páginas (contra mais de mil de "Anéis") e, segundo, porque é uma história francamente infantil sobre um bando de anões e um hobbit perambulando pela Terra Média para tentar derrotar um dragão falante. 

É uma pena que o sucesso tenha subido à cabeça do diretor Peter Jackson, que depois da sua premiada empreitada com a trilogia original nunca mais acertou nada.

Uma curiosidade: assisti ao filme em projeção digital 3D de 48 quadros por segundo, que é a nova maneira que Jackson inventou para filmar (o normal é 24 fps que é a velocidade que produz a ilusão de movimento em nosso cérebro). E sou obrigado a dizer que o resultado é desastroso. 

Sim, a imagem fica muito mais nítida e limpa, porém é completamente chapada e desprovida de profundidade de campo, o que deixa tudo com cara de novela da rede Globo, especialmente nas cenas feitas em estúdio. Sem dizer que, em certas cenas sequências e de multidão, o excesso de informação transmitida chega a dar tontura. Um lixo!

Cotação: * * *